Falhas na esterilização de materiais odonto-médico-hospitalares: como evitá-las

As infecções relacionadas à assistência de saúde são uma séria ameaça e constituem um grande problema de saúde pública. Estudos mostram que essas infecções afetam mais de 1,5 milhão de pessoas por ano.

Uma das formas de controlar e diminuir o risco de infecção cruzada é o adequado processamento dos materiais odonto-médico-hospitalares. Nesse sentido, o conhecimento da equipe de saúde sobre microbiologia, assepsia, desinfecção e esterilização, bem como das melhores e mais atuais práticas no preparo dos materiais e equipamentos, é de extrema importância para garantir a segurança do paciente.

Segundo Lilian Marcondes, enfermeira com pós-graduação em CME e consultora de biossegurança na empresa Sispack Medical, há 20 anos não existia a metade da diversidade dos esterilizadores que existem hoje e muitos deles não foram projetados para esterilizar matérias-primas utilizadas atualmente. Ela reforça que aço inoxidável, titânio, instrumentais de aço inox com mistura de diversas ligas, porcelana, vidro, látex, polietileno e diversos tipos de polímeros dificultam a geração do calor latente, o que traz maior complexidade à esterilização.

Além do conhecimento atualizado, o monitoramento é essencial para certificar a eficácia de todas as etapas do processamento, uma vez que pode haver falhas técnicas e humanas, daí a importância de uma rotina de avaliação do desempenho por meio da análise de indicadores químicos, físicos e biológicos dos processos de esterilização.

O monitoramento deve ser realizado tanto em estabelecimentos que respondem à RDC-15, resolução da Anvisa que estabelece os requisitos de boas práticas para o processamento de produtos para saúde, como em CMEs dos serviços de saúde públicos e privados, civis, militares e nas empresas envolvidas no processamento de produtos para saúde, assim como nos consultórios odontológicos, consultórios individualizados, serviços de terapia renal substitutiva e em serviços de assistência veterinária, que devem preservar e assegurar a saúde dos pacientes.

Segundo revisão da literatura, Bittencourt e colaboradores (2019) constataram que, embora sejam realizados os indicadores de processo, nem todos os serviços de saúde atenderam às boas práticas, como registros sistematizados em relação à frequência de realização dos testes de monitoramento, manutenção preventiva dos equipamentos relacionados à esterilização, avaliação da bomba de vácuo por meio do teste de Bowie Dick e indicador biológico. É consenso na literatura que as melhores armas contra as falhas no processamento dos materiais odonto-médico-hospitalares que colocam os pacientes e a equipe de saúde em risco são o conhecimento especializado atualizado e o rigoroso monitoramento das diversas etapas da esterilização eficaz.

Para saber mais sobre esse assunto, confira um material que preparamos para você.

Fonte:
do Espírito Santo, I. M., do Espírito Santo, P. M., de Lima Fontes, F. L., Santos, M. D. C. S. P., Freitas, E. P., Neta, A. D. S. S., … & Soares, J. C. (2019). Conhecimento do enfermeiro sobre o processo de trabalho na Central de Material de Esterilização. Revista Eletrônica Acervo Saúde, (20), e403-e403.

Bittencourt, V. L. L., Zawaski, N. T., Dezordi, C. C. M., Graube, S. L., Kinalski, S. D. S., & Stumm, E. M. F. (2019, May). USO DE INDICADORES DE QUALIDADE EM CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO: UMA REVISÃO INTEGRATIVA. In 6º Congresso Internacional em Saúde (nº 6).

Miranda, A. R., Pinheiro, M. G., & Reda da Silva, E. (2019). O processo de trabalho no centro de material e esterilização: percepção da equipe de enfermagem. Revista Científica de Enfermagem-RECIEN9(27).

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