Descontaminação de superfície no consultório odontológico: como fazer​

Na prática clínica, toda a equipe que está envolvida acaba entrando em contato com inúmeros microrganismos, advindos principalmente da cavidade oral dos pacientes. Isso ocorre tanto pelo contato direto com as estruturas bucais quanto pela presença de gotículas e aerossóis gerados durante o atendimento. Também por causa desses aerossóis, as superfícies do consultório acabam sendo contaminadas, desde as bancadas até a própria cadeira odontológica. Pensando nisso, como realizar a descontaminação?​

Trata-se de uma dúvida muito frequente nos consultórios odontológicos e, muitas vezes, essa prática acaba sendo realizada de forma incorreta. Mas não se preocupe, vamos te ajudar a entender como tornar a limpeza simples e fácil de ser realizada dentro do consultório odontológico. ​

Classificação das superfícies​

Em primeiro lugar, é preciso saber que existe uma classificação dentro do consultório odontológico. Dividimos as superfícies em clínicas de contato e de limpeza ambiental. Elas devem ser tratadas de forma diferente em relação à forma de descontaminá-las. ​

A diferença entre elas é a frequência e intensidade de contaminação. As superfícies clínicas de contato são as que o dentista toca com as luvas em mãos como, por exemplo, a cadeira, as alças do refletor, a caneta de alta rotação, a mesa auxiliar e até mesmo as bancadas. Estas ficam muito próximas do local de atendimento e se contaminam com uma frequência e uma intensidade maior. ​

Já as de limpeza ambiental são aquelas que não necessariamente serão tocadas com as mãos enluvadas. Exemplos delas são o piso, a parede e as janelas, que não são tocadas frequentemente e, por isso, se contaminam menos e em menor intensidade.​

Enquanto as de contato precisam de uma limpeza mais frequente, ou seja, a cada atendimento, as de limpeza ambiental precisam ser descontaminadas apenas no final do turno ou do dia de trabalho. ​

Uma vez que já sabemos que existem superfícies contaminadas e muito contaminadas dentro do ambiente odontológico, podemos começar a pensar em quais estratégias são necessárias para descontaminação. ​

Como realizá-la?​

A maneira mais adequada é começar pela utilização de detergente. Depois dessa etapa, nós secamos e então utilizamos substâncias desinfetantes. É necessário que o detergente utilizado para limpeza de superfície seja certificado e autorizado pela Anvisa. Em geral, são utilizados detergentes neutros de uso hospitalar. ​

Higienizar é importante para remoção da sujeira e da matéria orgânica, mas muitos desinfetantes são inativados com a presença de matéria orgânica como, por exemplo, saliva e sangue, que também podem mascarar a contaminação existente nas superfícies. Por isso, é preciso limpar com o detergente, secar e só depois aplicar o agente desinfetante, produto químico que irá reduzir a quantidade de microrganismos.​

Esse processo não é algo simples e fácil de se realizar no dia a dia do consultório, principalmente quando pensamos na grande rotatividade de pacientes e no momento atual, em que é necessário ter um certo espaço de tempo entre os pacientes em função da pandemia do coronavírus. É aí que entra a simplificação desse processo. ​

Como simplificar a descontaminação das superfícies? ​

Isso é feito por meio do uso de produtos que exerçam limpeza e desinfecção simultâneos. Alguns exemplos de produtos de desinfecção simplificadas são os feitos à base de quaternário de amônio associados a biguanida. Eles podem ser utilizados frequentemente na prática clínica sem a necessidade da lavagem com detergente previamente a sua aplicação e têm também um grande poder de desinfecção.​

É necessário aplicar o desinfetante em uma compressa descartável e realizar fricção na superfície, sempre lembrando de fazer movimentos unidirecionais. Depois disso, deve-se esperar o tempo recomendado pelo fabricante e, se necessário, aplicar novamente.​

Qual desinfetante escolher?​

Esses produtos também possuem uma classificação de acordo com seu nível de ação. Podemos dividi-los em desinfetantes de alto nível, intermediários e de nível baixo. Um desinfetante intermediário é aquele que consegue eliminar microrganismos como micobactérias. Para utilizar um produto com dupla ação dentro do consultório odontológico, é preciso garantir que ele possua um nível intermediário. ​

Conhecendo as superfícies do ambiente de trabalho, utilizando produtos corretos e implementando as medidas de biossegurança e descontaminação adequadas, você garante mais segurança para você e seus pacientes.​

Agora que você já conheceu melhor a descontaminação de superfícies, também pode querer entender a diferença entre esterilização e desinfecção de alto nível.

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