Com o avanço das pesquisas de Louis Pasteur e Robert Koch, no século XIX, assistimos ao início de uma grande transformação nas áreas médica e odontológica. Assim, práticas de eliminação de micro-organismos passaram a ser desenvolvidas por meio de procedimentos críticos e semicríticos.
Desse modo, a inauguração da era da microbiologia trouxe também a criação da primeira autoclave. O vapor saturado sob pressão, associado à desinfecção prévia dos instrumentais, promove a desnaturação e a termocoagulação de proteínas bacterianas.
Para determinar se os produtos foram esterilizados com segurança é preciso escolher o invólucro ideal (papel grau cirúrgico, papel crepado, manta SMS, Tyvek®). A qualidade da embalagem é um fator determinante na longevidade e na esterilidade dos produtos. Essa barreira física deve permitir a entrada de agente esterilizante e, dependendo de sua composição, deve ter o ar removido de seu interior antes da selagem. Essa precaução evita que tanto o calor quanto a umidade sejam transmitidos de forma inadequada.
Após o processo de esterilização, a data limite para o uso do produto estéril é estabelecida de acordo com a integridade das embalagens, manuseio, rotatividade, selamento e condições de umidade e temperatura. Para tanto, a qualidade do invólucro e o local de armazenagem dos materiais devem ser levados em conta.
Não por acaso, os artigos devem estar envoltos por uma embalagem que permite deixar uma borda de 3 cm para selamento, facilitando a abertura asséptica.
Um passo fundamental no processamento dos materiais é a identificação das embalagens, que deve ser realizada em etiqueta adesiva com descrição do conteúdo, data, validade de esterilização e nome do responsável pela manipulação do artigo. Contraindica-se o uso direto de carimbos e canetas, uma vez que a tinta pode conter metais pesados.
É de suma importância armazenar os materiais estéreis em locais exclusivos, isto é, separados dos demais. Caso haja violação da embalagem, manuseio incorreto ou término do prazo de validade, eles devem ser reprocessados.
Por fim, não devemos negligenciar o monitoramento da esterilização, pois será a partir dele que teremos a certeza de que os produtos foram esterilizados corretamente. Esse monitoramento pode ser físico, químico e/ou biológico, garantindo a biossegurança de profissionais e pacientes.
SANTOS, Adélia Aparecida Marçal dos et al. Serviços odontológicos: prevenção e controle de riscos. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.